Com o início do Horário Eleitoral
Gratuito no Rádio e na TV de todo o Brasil na última terça-feira, 21, além de
acompanhar com atenção as propostas dos candidatos a prefeito e vereador, que
tal conferir mais uma vez a carta oficial de orientação do Bispo Diocesano, Dom
Célio Goulart, a respeito das Eleições 2012?
"Aos Presbíteros, Diácono
Permanente, Religiosos e Religiosas, aos Membros dos Conselhos Paroquiais, aos
Fiéis Leigos e Leigas e a todo o Povo de Deus que se encontra na Diocese de São
João Del-Rei, a minha saudação de paz e a certeza de que eu lhes quero muito
bem como bispo, irmão e amigo.
É na procura da concórdia, do
entendimento e do desejo de que os Municípios que se encontram na região
de nossa Diocese possam escolher com muita lucidez seus representantes como
Prefeitos (as), Vice-Prefeitos (as) e Vereadores (as) nas eleições municipais
de outubro próximo que envio esta Carta Pastoral para todos.
Nossa Igreja do Brasil, através da
orientação dada pela CNBB, em abril passado, durante a Assembléia Geral
realizada em Aparecida, como também nós, bispos do Regional Leste II, Minas
Gerais e Espírito Santo, temos tido a preocupação de orientar nosso povo neste
momento importante, por sabermos que o voto de cada pessoa vale muito para
construirmos uma realidade melhor nos Municípios de nossa região. Sabemos que a
política, exercida com honestidade e retidão, pode se tornar, para o cristão,
uma forma sublime de exercer a caridade (CNBB, Doc 67, 2). Por isso, todo
cristão é chamado a assumir este momento eleitoral com seriedade, ajudando os
irmãos e as Comunidades Paroquiais e Eclesiais a um sério discernimento sobre a
escolha de candidatos.
Cabe-nos a missão de conscientizar os
cidadãos e cidadãs de sua responsabilidade de votar, e votar bem, tendo presente
que seu voto não tem preço, tem conseqüências, e de escolher com cuidado seus
candidatos. Que os candidatos sejam conhecidos e portadores de uma história de
trabalho e iniciativas em prol do desenvolvimento da comunidade local,
sobretudo dos mais pobres. Este momento também será oportuno para retomarmos a
Lei 9840, de 1999, que define como crime a corrupção eleitoral e assumirmos,
agora, a mobilização nacional, em vista do aperfeiçoamento dessa Lei de
iniciativa popular.
A Igreja não exerce política partidária,
portanto, não indica partido ou candidato durante as campanhas políticas.
Porém, a Igreja, em seu discurso e ação defende a política do bem comum e a
construção da democracia. “A Igreja tem o dever de oferecer, por meio da
purificação da razão e através da formação ética, a sua contribuição específica
para que as exigências da justiça se tornem compreensíveis e politicamente
realizáveis”. “A Igreja não pode nem deve tomar nas suas próprias mãos a
batalha política para realizar a sociedade mais justa possível [...]. Mas toca
à Igreja, e profundamente, o empenhar-se pela justiça trabalhando para a
abertura da inteligência e da vontade às exigências do bem” (Deus Caritas Est
27).
Nós louvamos e incentivamos os nossos
irmãos leigos e leigas que, discernindo um apelo de Deus em suas vidas,
dispõem-se a se candidatar a algum cargo eletivo e, assim procurar realizar
mais eficazmente o bem comum. A Igreja do Brasil, através dos Documentos
elaborados pela CNBB, procura passar importantes orientações sobre esta
participação efetiva dos leigos e leigas no mundo da política.
Lembro, ainda, que os leigos e
leigas que têm uma participação mais efetiva em nossas Paróquias e Comunidades
Eclesiais, tais como Ministros Extraordinários da Proclamação da Palavra e da
Distribuição da Comunhão, Coordenadores (as) de Conselhos de
Comunidades ou outras importantes funções nas Comunidades, que se apresentarem
como candidatos (as) a cargos eletivos, que não usem de seus serviços eclesiais
como meio de sua promoção eleitoral e que os Párocos e os Conselhos Pastorais
Paroquiais decidam sobre a permanência ou o afastamento dos mesmos em seus
serviços pastorais durante o tempo em que se transcorre a campanha eleitoral.
Somos conscientes de nossas
responsabilidades neste momento eleitoral nos Municípios onde estamos como
Igreja Particular de São João Del-Rei. Por isso insistimos na necessidade de
nossa participação ativa, conscientizando a todos de sua responsabilidade de
votar bem. Igualmente lembramos que todos vocês são responsáveis pelo bom clima
que deve reinar durante este tempo, não permitindo divisões, brigas,
desentendimentos em nossas Comunidades Paroquiais. O exemplo de nossa Igreja
Católica nos Municípios seja para favorecer o crescimento de uma sadia
cidadania que deve ser exercida por todos.
Ainda devemos pedir a todos que após as
eleições tenham os corações abertos a oferecerem o perdão, caso tenham sido
ofendidos ou caluniados. Os desentendimentos havidos deverão ser perdoados e
todos procurem restabelecer laços de amizade e companheirismo.
No processo de uma verdadeira
democracia que haja em nossos Municípios as Comissões de acompanhamento às
ações dos Prefeitos (as) e Vereadores (as) que foram eleitos, para que exerçam
com honradez seus mandatos e cumpram com transparência e fidelidade os
compromissos assumidos em vista do bem comum, não permitindo benefeciar-se a si
próprios ou a seus parentes e amigos.
Agradecendo a atenção e saudando a
todos, com os votos de uma vida melhor para nossos Municípios, quero abraçá-los
e lhes dizer que acreditamos que é possível um amanhã melhor pela participação
de todos".
São João Del-Rei, 03 de julho 2012.
D. Célio de Oliveira Goulart,
Bispo Diocesano de São João del-Rei (MG)
Fonte: www.diocesedesaojoadelrei.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário